Pesquisadores encontram Alphacoronavirus em morcegos do Pantanal 684t2r

Para detectar o vírus, os cientistas realizaram exames de cotonete orais e retais nos morcegos, modo semelhante aos exames em humanos durante a pandemia de covid-19 60336w

Alphacoronavirus – um gênero da família Coronavidae, vírus causador da Covid-19 – foi detectado em morcegos de florestas e regiões urbanas abandonadas nas cidades de Cuiabá, Nobres, Poconé e Santo Antônio de Leverger, a 35 km da capital.

O estudo, elaborado por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade de São Paulo (USP), foi publicado no dia 11 deste mês; confira abaixo os detalhes:

Alphacoronavirus foi detectado em morcegos de Mato Grosso, mostra estudo. (Foto: Reprodução/Ilustrativa)
Alphacoronavirus foi detectado em morcegos de Mato Grosso, mostra estudo. (Foto: Reprodução/Ilustrativa)

Vírus em morcegos 4ii72

A detecção do vírus nos morcegos foi possível após um estudo de campo em 2021, no qual foram coletados morcegos em habitats florestais, áreas antropizadas, baías, áreas periurbanas e urbanas (edifícios abandonados) dos biomas Pantanal e Cerrado, como explica o estudo.

Anteriormente, o alfacoronavírus já havia sido encontrado em áreas florestais da Mata Atlântica em São Paulo e Bahia.

Desta vez, o estudo revelou, pela primeira vez, a presença do vírus nesses mamíferos do centro-oeste mato-grossense.

O Coronavírus é capaz de infectar diversos hospedeiros, desde animais a humanos. Os morcegos (ordem Chiroptera) são um dos hospedeiros naturais do vírus, segundo os pesquisadores, e representam 40% do número total de espécies de mamíferos no Pantanal.

Locais de coleta de morcegos nos biomas Pantanal e Cerrado de Mato Grosso. (Foto: Divulgação)
Locais de coleta de morcegos nos biomas Pantanal e Cerrado de Mato Grosso. (Foto: Divulgação)

Para detectar o vírus, os cientistas realizaram exames de cotonete orais e retais, modo semelhante aos exames em humanos durante a pandemia de covid-19.

Ao todo, foram coletadas amostras de 419 morcegos, analisadas por meio de um PCR – Reação em Cadeia da Polimerase ou à Proteína C Reativa – alinhado com gêneros do vírus.

Foram detectados, então, infecções por Alphacoronavirus e Orthocoranavirae no organismo dos animais.

A cidade com maior número de morcegos positivos (84,3%) foi Santo Antônio do Leverger, também o que apresentou mais capturas.

Do total de animais capturados, 202 foram identificados em campo e liberados após as coletas de amostras. Outros 217 foram eutanasiados para identificação e depositados na coleção de mamíferos da UFMT, onde ficam armazenados em álcool 70%, como consta no documento.

Tanto a captura quanto a coleta de materiais biológicos foram autorizadas pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da UFMT e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério do Meio Ambiente (SisBio/ICMbio).

Quais os riscos? 64l31

Segundo os pesquisadores, as detecções de Alphacoronavirus foram em morcegos capturados em prédios abandonados, próximos à residências, apesar da extensão do território florestal no qual as equipes atuaram durante a pesquisa.

Diante disso, o grupo alerta para a possibilidade de que risco de epidemias futuras caso os locais não sejam devidamente monitorados.

“Áreas com alta diversidade biológica como o Pantanal têm sido procuradas para atividades turísticas, razão pela qual algumas áreas têm ambientes naturais preservados; outras áreas, no entanto, aram por grandes transformações antrópicas e oferecem chances de se tornarem focos de futuras epidemias”, diz trecho da pesquisa.


O estudo contou com a participação de pesquisadores dos seguintes locais:

  • Laboratório de Virologia e Rickettsioses, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Fernando Correa da Costa, Cuiabá;
  • Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), InBIO Laboratório Associado, Universidade do Porto, Portugal;
  • Programa em Genómica, Biodiversidade e Ordenamento do Território (BIOPOLIS), CIBIO, Universidade do Porto, Portugal;
  • Departamento de Biologia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto, Portugal;
  • Laboratório de Pesquisa em Vírus Emergentes, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo;
  • Museu Biológico, Instituto Butantan, São Paulo;
  • Varsomics, Hospital Israelita Albert Eisntein, São Paulo;
  • Departamento de Genética, Evolução, Microbiologia e Imunologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual de Campinas;
  • Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga.

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