A última canção: Caju musicou amor aos filhos antes de partir para eternidade 461zt

O desafio de gravar a canção, batizada de "Vale a Pena", era imenso. Alexandre estava debilitado, respirando com o auxílio de oxigênio 5j3z61

No silêncio de um leito hospitalar em Campo Grande, enquanto travava sua batalha final contra um câncer em estágio terminal, o cantor adventista Alexandre Campos, carinhosamente conhecido como “Caju”, revelou um último e profundo desejo ao seu amigo, o músico Alexsandro Nogueira.

Ele queria que sua voz, sua paixão, fosse eternizada em uma canção nas plataformas digitais.

Caju
Caju no hospital com o amigo (Foto: Arquivo Pessoal)

Alexandre, que partiu em janeiro deste ano, era um apaixonado pela música desde sempre. Na década de 90, fundou o grupo gospel Ângeluz, que marcou época com três álbuns. Contudo, a era digital não havia alcançado essas gravações, e as canções de Caju permaneciam fora do alcance de muitos.

Após o fim do grupo, a vida levou Alexandre para Corumbá, a 413 km de Campo Grande, onde ele, com resiliência, trabalhou como pedreiro. Mas em 2022 veio a notícia que mudaria tudo, o diagnóstico de câncer nos rins. Apesar da cirurgia e dos tratamentos, a doença se espalhou pelo corpo.

Foi durante a internação, em um momento de fragilidade e ao mesmo tempo de uma força inabalável, que o pedido veio. Alexsandro conta que Caju fez o pedido com a simplicidade de quem sabia que o tempo era curto, mas que a mensagem de esperança e o amor pela música precisavam continuar.

“Na hora, não consegui reagir. Acho que nem percebi o tamanho daquele pedido”, confessa Alexsandro Nogueira.

Dê o play e ouça agora a música 6b5g3i

Movido por essa promessa e pela urgência do momento, o amigo correu contra o tempo. “Escrevi a letra em poucos minutos, como um testemunho de fé. Mandei para meu cunhado colocar a melodia”, recorda.

O desafio de gravar a canção, batizada de “Vale a Pena”, era imenso. Alexandre estava debilitado, respirando com o auxílio de oxigênio.

A solução? Uma improvisação emocionante: o gravador do celular, envolto em um cobertor do próprio hospital, capturou a essência daquele sonho.

O pedreiro cantou a música por partes, ao longo dos dias, em um esforço que demonstrava sua paixão e sua fé inabaláveis.

Após a gravação, um trabalho delicado de pós-produção foi iniciado. Com a ajuda da inteligência artificial, o áudio foi tratado para remover o som do oxigênio e do ambiente hospitalar, permitindo que a voz de Caju brilhasse.

A música ganhou ainda mais força com as participações de Ronaldo Fagundes, Gissela Kroll, Karin Kiefer, Patrícia Lessa e Leonardo Martins.

Alexandre faleceu um mês antes da conclusão total da música, tendo escutado apenas a primeira parte do trabalho. No entanto, seu desejo foi realizado. “Vale a Pena” já está disponível nas plataformas digitais, ecoando sua mensagem de fé e esperança. (Ouça acima).

“É um testamento de fé e um registro final de quem escolheu cantar até o fim. A música é uma mensagem de esperança”, resume Alexsandro, com a voz embargada pela emoção.

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