Jaqueline Naujorks

Não Sou Obrigada 6n2265

Por que as mulheres se casam? 5c5v5z

Não, nem sempre é por amor 252b26

Se você é mulher e vive no Brasil, já sentiu em algum momento da vida aquela pressão de todos os seres vivos ao redor para que você se case e tenha um filho. Essa é a meta subjetiva de toda mulher – subjetiva porque ela nem sempre é um desejo seu. A ideia de que casar bem é vencer na vida nos acompanha literalmente desde que a primeira caravela encostou na Bahia.

Você já parou para questionar isso? Por que boa parte das mulheres jovens se casa ao invés de focar em faculdade ou carreira? Sei que a sua resposta de bate-pronto vai ser “por amor”, mas não é bem assim. O amor pode até ser a cobertura, mas a motivação, no fundo, é outra. Mulheres se casam para sobreviver.

Historicamente, o Brasil paga mal as mulheres. Os empregos destinados a nós são sempre de manutenção, nunca de sustento. Muito embora o último senso aponte que em 10 estados, as mulheres já são provedoras da maior parte dos lares, ainda é culturalmente aceito que se pague menos para uma mulher, já que o emprego dela seria, teoricamente, para pequenas despesas e não para manter uma família inteira.

Meninas que não têm o a uma formação ou precisam interromper os estudos, seja pela maternidade precoce, seja por uma situação de completa miséria no lar (acredite, fora da sua bolha a realidade é essa) dificilmente terão condições de galgar posições no mercado de trabalho. Essa moça se casa para ter coisas que nunca teria se tivesse de bancar sozinha a si e aos filhos: casa própria, veículo, roupa, calçado, bem-estar e lazer.

É por isso que você vai ver tantas mulheres ocupando postos que não oferecem exatamente uma carreira: a empregada doméstica, a babá, a secretária, a recepcionista, a atendente de telemarketing. Eu, quando fui secretária, tinha no máximo a opção de ser assistente na presidência da empresa, o que me pagaria 800 reais a mais do que eu recebia, um aumento que hoje não daria sequer para alugar uma kitinete.

Mulheres se casam porque não ganham para o básico, ou para fugir de famílias problemáticas e lares turbulentos. A paixão é um critério para escolher com qual pessoa terá mais afinidade a ponto de ar a hiperconvivência. A maior prova de que tenho um ponto, é a quantidade de mulheres infelizes presas em casamentos horríveis, dos quais não saem porque sabem que vão ar necessidade.Ter alguém que te garanta a próxima refeição é muito mais poderoso do que simplesmente ter alguém para chamar de amor.

Para uma mulher, ter dinheiro suficiente para se sustentar não significa apenas a liberdade de ditar o rumo da sua vida: é a única maneira de escolher com quem vai se relacionar apenas pelo que a outra pessoa é, e não pela segurança que pode lhe proporcionar.

Ensine sua menina a ser empreendedora, empresária, mestre, doutora, pós-doutora, senadora, juíza, CEO. Plante nela a vontade de viver bem sem dever nada a ninguém. Se ela tiver a possibilidade de se bancar, vai poder escolher com quem se relacionar e escolher infinitamente melhor. Ser independente vai garantir a ela a possibilidade de dizer “Não“.

Se outra pessoa bota comida na sua mesa, você é cativa. Liberdade é poder escolher onde e com quem vai estar, sabendo que seu teto, seu conhecimento e sua paz, não poderão ser tiradas de você de maneira alguma. Que nenhum amor te faça esquecer que o amor mais importante para uma mulher, é o próprio.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Não Sou Obrigada, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

Comentários (2) 1l1g6w

  • Nathália Barbosa

    Um conteúdo muito válido e reflexivo, o tema já me chamou a atenção e o texto me manteve cativada.

  • Rosa

    Concordo e confirmo essa situação, atuo como voluntária em bairros periféricos de Cuiabá e já atuei em VG, e considero minha própria vivência familiar, muitas meninas com menos de 20 anos, já com 2 a 3 filhos, com marido, não terminaram os estudos e para fugir da pobreza ou tbm reproduzindo a realidade vivida pelas mês e avós (sistêmico) acabam casando, sem formação, sem emprego e muitas vezes sofrendo com marido abusivo, e outros vícios, é uma realidade terrível,

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