Jaqueline Naujorks

Não Sou Obrigada 6n2265

Tá difícil desapegar? A culpa é da Narrativa do Romance 3d5ab

Nessas férias, todos os dias eu tirava um tempinho para assistir a um clássico da Disney com minhas sobrinhas, e vocês não imaginam o tamanho do choque. Minha apresentação cantando a plenos pulmões o tema de Aladdin pela sala (sei de cor todas as canções de todos os clássicos, obviamente), apenas escondia meu nervoso ao […] 74x52

Nessas férias, todos os dias eu tirava um tempinho para assistir a um clássico da Disney com minhas sobrinhas, e vocês não imaginam o tamanho do choque. Minha apresentação cantando a plenos pulmões o tema de Aladdin pela sala (sei de cor todas as canções de todos os clássicos, obviamente), apenas escondia meu nervoso ao perceber o tipo de narrativa que consumi na infância, a mesma que elas estão consumindo 30 anos depois. A Narrativa do Romance é um perigo quando a gente começa a ter uma vida amorosa real.

O romance está em tudo. Nos filmes da Disney, nas novelas, até na série criminal que você assiste. Somos bombardeadas o tempo todo por histórias de amor com finais felizes, casamentos lindos, o “Felizes para sempre” que só chega para os outros. A gente acha que isso não faz diferença, mas lá no seu subconsciente, está pulsando a informação de que é isso que você precisa buscar. Seu final feliz só vai chegar se você estiver em um romance, porque as mulheres felizes nos filmes não estão sozinhas. Problemático, não?

Essa é a explicação para você não conseguir desapegar do relacionamento que acabou. Se para ser feliz você precisa estar em um romance, quando não estiver envolvida com alguém, seu raciocínio automaticamente vai te levar para o último amor que viveu, por mais furado que ele tenha sido.

Infelizmente, isso não é de hoje. Sua avó já dizia “Nada como um amor para curar outro”. O que vendem pra gente é que uma mulher só consegue ser feliz se estiver em um relacionamento bem-sucedido. O interessante é que, por mais que você tenha consciência disso e foque sua atenção no trabalho, em realizar seus sonhos, viajar, crescer, no fundo continua ou buscando um novo amor, ou sofrendo pelo anterior.

Desapegar de alguém não é fácil, e tampouco você precisa esquecer uma história apenas para se apegar ao alívio e se privar de viver outras histórias – pelo contrário. A gente tem que se curar justamente para continuar vivendo, juntando outras experiências à bagagem de vida. É o processo que vai te fazer feliz, não o final do filme.

A Narrativa do Romance era tudo o que as mulheres tinham de norte na vida há 50 anos. Hoje, a gente já pensa diferente mas ainda tende a sentir igual. Minha esperança é nas gerações futuras. Na sala, enquanto eu assistia atônita ao filme da sereia Ariel, que renunciou a tudo por um amor, não percebi a cara de ranço da minha sobrinha de 13 anos.

Quando perguntei o que houve, ela disse:

“É por isso que eu gostava da Elsa, da Moana. Existem outros tipos de amor que merecem ser exaltados”.

É isso, minha filha. É isso.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Não Sou Obrigada, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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