Yoga para todos: enfermeira amputada é exemplo de vida 213p4z

Além do yoga, o nome da enfermeira Joana D’Arc Aroca, de 28 anos, tem outro espírito guerreiro: é semelhante com a heroína sa. A comprovação disso aconteceu ainda quando estava na barriga da mãe. “Ela contou que sonhou com pés andando, pés de criança. Ela ficou aflita”, lembra Joana. A mãe imaginou a filha nascendo […] 1k5nr

Além do yoga, o nome da enfermeira Joana D’Arc Aroca, de 28 anos, tem outro espírito guerreiro: é semelhante com a heroína sa. A comprovação disso aconteceu ainda quando estava na barriga da mãe.

“Ela contou que sonhou com pés andando, pés de criança. Ela ficou aflita”, lembra Joana. A mãe imaginou a filha nascendo sem os pés. 

O pesadelo não se tornou real. Contudo, os dois pequenos pés de Joana eram diferentes. Ainda bebê, a enfermeira ou por uma avaliação do pediatra. O diagnóstico? Múltiplas deformidades congênitas.

“Saímos da maternidade encaminhadas ao ortopedista”, conta Joana.

A primeira cirurgia foi realizada no seu primeiro aniversário, dia 13 de novembro de 1993. A partir dali, Joana ou por diversas operações para reparar deformidades na perna direita. 

Já mais crescida, quando estava no Ensino Fundamental, ela chegou a ter aulas a distância. Nesta época, 19 cirurgias já tinham ocorrido.

“Fiquei acamada com um aparelho de 23 kg na perna, durante dois anos”, recorda. Joana recebeu uma ajuda muito especial: uma colega de turma copiava toda a matéria e entregava todos os dias em sua casa. “Era um valor simbólico, e ela me ajudou muito, com muito coração”, declara. 

Perna amputada antes da yoga 6ry2s

Joana ainda relata que o período escolar continuou difícil. “Eu sentia muita dor e era totalmente dependente da minha mãe, que trabalhava fora também”, relembra. O irmão mais novo e o pai,, como ela mesmo narra, também foram sua fortaleza.

Quando Joana completou 14 anos, durante uma consulta médica de rotina para retirar os últimos pinos que estavam em sua perna direita, ela recebeu uma grave notícia.

“Eu tive uma complicação relativamente rara na minha idade e condição de saúde”, afirma.

Joana em um lindo jardim
Além de yoga, Joana adora se divertir com cachorros. (Foto: Arquivo Pessoal)

Um trombo na artéria femoral interrompeu o fluxo sanguíneo para a perna. “O risco era o trombo ‘se soltar’ e causar a minha morte”, declara Joana.

E foi neste momento que a decisão de amputar a perna deveria ser rápida para o perigo não acontecer.

“Minha mãe me consultou antes de dizermos rapidamente que sim. Eu me recordo de sentir um medo absurdo, mas de sentir também uma força selvagem pra ficar firme pelos meus pais e irmão”, diz.

A amputação ocorreu minutos depois, no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, local onde todo o tratamento foi sucedido.

Além do yoga, outros desafios pela frente

Os dias de Joana na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e a adaptação de ter apenas uma perna foi, aos olhos dela, intensa e de muita luta.

No final da primeira semana após ser amputada, a enfermeira fez o primeiro molde de prótese, ainda com pontos. 

Após mais sete dias, Joana provou a primeira prótese provisória. “Foram infinitas sessões de fisioterapia, mas venho me reabilitando bem”, alega.

Depois de todo esse período desafiantes, os estudos puderam ser concretizados. Joana voltou para Rondonópolis (MT), cidade onde nasceu.

Ela escolheu estudar Enfermagem e garantiu uma vaga na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), em Pedra Preta (MT).

“Vários desafios viriam, mas aceitamos!”, garantiu Joana. 

No ano anterior à graduação, ela havia ado em um concurso para agente istrativo da Prefeitura de Pedra Preta, e assumiu o cargo de 2010 até 2017.

Atualmente, Joana mora em Dourados (MS) e é enfermeira especialista em obstetrícia da ala psiquiátrica de um hospital público da cidade.

E mais: ela está no mestrado em ciências da saúde (focada em doenças febris) e está estudando psicanálise.

Joana recebendo auxilio da professora durante uma aula de yoga
Joana durante uma aula de ashtanga yoga. (Foto: Arquivo Pessoal)

Da onde Joana tira toda essa energia e persistência? Da mãe, professora. “Uma mulher preta cuja ética e potência arrastam”, diz toda orgulhosa.

“A minha força vem também dos meus pais e do meu irmão, com certeza. Eu tive que lidar com coisas muito difíceis muito cedo, não foi fácil, mas me tornou mais forte e capaz de entender que somos capazes de sobreviver a quase tudo”, destaca. 

Com tantas realizações, Joana quer mais: terminar o mestrado e, quem sabe, depois do doutorado, dar aulas na universidade. 

Em 2020, além de enfrentar a pandemia, o pai da enfermeira faleceu, vítima de um câncer. Joana cuidou dele até os seus últimos dias.

“Meu chão se abriu, mas consegui propiciar alívio com combinações medicamentosas que só uma filha enfermeira amorosa saberia. Adiei procedimentos invasivos que só iam causar dor, me despedi, e uma semana depois, ele faleceu”, revive.

Yoga, o começo 1cx4i

ados sete meses, ainda em Dourados, Joana encontrou nas redes sociais uma professora de Satyagraha Ashtanga Yoga, uma prática da modalidade.

“Me despertou uma curiosidade. Entrei na turma de iniciação, na modalidade online, em grupo, e foi mágico! Desde o início, o sentimento é de pertencimento e de retorno para casa”, diz Joana. 

Recentemente, as aulas presenciais retornaram. O momento de encontro com os todos os parceiros de yoga foi especial para a enfermeira.

“É a comunhão mais sincera e imensa que já vivi. Mesmo tendo uma limitação física importante, eu não tenho pressa de chegar a lugar nenhum, porque não é sobre isso”, garante. 

Ela ainda explica que aprende apenas 1% da teoria do yoga, já que é iniciante. Mas o prazer de praticar é valioso.

“Yoga é para todos e pode te levar de volta pra casa”, garante.

E a tal da ibilidade?

Para Joana, esse assunto é muito importante e sempre atual. Sobre ele, ela confessa que um dos maiores desafios é conseguir entrar nos lugares. 

“Já deixei de ir em lojas porque só tinha escada rolante, ou a rampa muito íngrime”, conta. 

Até no trabalho a dificuldade aparece. “Alguns locais não são apropriados para pessoas com limitações, é uma luta constante”, destaca. 

Joana também já enfrentou preconceito como várias pessoas com deficiência. Apesar da crueldade de muitos, na vida de Joana, as pessoas a aceitam. 

“Tentam me assistir, me auxiliar. Meus colegas de trabalho atualmente são muito parceiros em entender as minhas limitações e explorar minhas habilidades”, finaliza. 

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