13 anos depois, 4 são condenados pela venda de terras da reforma agrária 57m12
Um quinto denunciado foi absolvido; condenados têm o direito de recorrer em liberdade 2w4l67
Treze anos depois de a denúncia tomar forma, quatro dos cincos denunciados pela venda de terras destinadas pela União à reforma agrária, no distrito de Pana, em Nova Alvorada do Sul, foram condenados pela Justiça Federal. Entre os condenados, estão um ex-vereador e o então subprefeito da região.

Conforme a decisão, Moizés Neres de Souza, que ocupava uma das cadeiras da Câmara Municipal de Nova Alvorada do Sul, na época, foi condenado a seis anos e quatro meses em regime semiaberto.
Os outros condenados foram:
- Jorge Fernandes Guimarães (subprefeito do distrito – na época) – quatro anos em regime aberto;
- Rogério Casarotto (empresário) – dois anos em regime aberto;
- Luciano Dias da Rocha (sobrinho de Moizés) – dois anos em regime aberto.
O engenheiro agrimensor, Fábio Mendes Fernandes, responsável pela delimitação dos terrenos do distrito, foi absolvido por falta de provas de envolvimento no crime.
Terras da reforma agrária 1b5w4i

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, os envolvidos negociavam terrenos do Incra, que deveriam ser destinados à reforma agrária.
O crime já era investigado em 2012, mas investigações apontam que os alvos continuaram negociando as terras, mesmo após as primeiras denúncias.
Transformada em loteamento, a área, às margens da rodovia MS-145, chegou a receber o nome de “Bairro Nobre”. Muita gente acreditou no empreendimento e, inclusive, 468 lotes foram construídos dentro da área do governo federal.
Ainda segundo o MPF, os assentados eram convencidos a vender os terrenos pertencentes à União e, em seguida, o grupo criminoso revendia os lotes a outras pessoas. Estima-se que cada lote era comercializado a R$ 10 mil.
As negociações criminosas chegaram a quase R$ 2,4 milhões. A denúncia ainda aponta que a intenção dos condenados era transformar o assentamento em uma área urbana povoada e, assim, forçar uma regularização pela prefeitura de Nova Alvorada do Sul, junto ao Incra.
Os quatro condenados têm o direito de recorrer às sentenças em liberdade. A reportagem tentou contato com os advogados dos condenados listados na decisão, mas sem sucesso. O espaço está aberto para retornos.