Caso Renato Nery: polícia desmente confronto e indicia 4 PMs 5bn52

A investigação aponta que cena de suposto tiroteio após roubo de carro foi forjada e a arma do crime teria sido plantada para encobrir assassinato de advogado 254a1d

Uma reviravolta nas investigações sobre um suposto confronto policial ocorrido menos de uma semana após o assassinato do advogado Renato Nery aponta para uma possível fraude processual e o envolvimento de policiais militares no crime.

Advogado Renato Gomes Nery foi baleado em frente a escritório. (Foto: Adia Borges)
O advogado Renato Nery foi assassinado a tiros no dia 6 de julho de 2024 em frente ao seu escritório na avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Foto: reprodução

A Polícia Civil concluiu que não houve confronto e indiciou 4 policiais militares pelos crimes de homicídio qualificado, fraude processual, duas tentativas de homicídio e porte ilegal de arma.

Os policiais militares indiciados são:

  • Jorge Rodrigo Martins
  • Leandro Cardoso
  • Weckcerlley Benevides de Oliveira
  • Wailson Alessandro Medeiros Ramos.

Leia mais: veja quem são PMs e caseiro alvos da operação que apura morte de advogado

O suposto confronto ocorreu após o roubo de um carro em Cuiabá por um homem e dois adolescentes. Na versão inicial dos policiais do batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), registrada em boletim de ocorrência, a equipe teria recebido uma denúncia da localização dos suspeitos e realizado a abordagem.

Os PMs alegaram que um dos suspeitos reagiu atirando, levando os policiais a revidarem em legítima defesa. O homem morreu, enquanto os 2 adolescentes conseguiram fugir, um deles baleado. Os policiais afirmaram ter apreendido 2 pistolas com os supostos assaltantes.

Posteriormente, a perícia identificou que uma dessas armas seria a mesma utilizada para ass o advogado Renato Nery.

Leia mais: 5 policiais são alvos de operação que investiga morte de advogado; arma foi encontrada

No entanto, as investigações da Polícia Civil contradizem essa versão. Segundo a corporação, as provas colhidas durante o inquérito apontam para a inexistência de um confronto.

A Polícia Civil suspeita que, além de o confronto ter sido forjado, a arma utilizada no homicídio de Renato Nery teria sido plantada na cena do suposto confronto para garantir a impunidade do crime anterior.

Com o indiciamento dos quatro policiais militares, o Ministério Público Estadual (MPE), que também acompanha as investigações, poderá oferecer denúncia à Justiça.

Ainda restam dúvidas a serem explicadas sobre a morte de Renato Nery. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) identificou que a munição encontrada no corpo da vítima pertencia à Rotam. A Polícia Civil busca agora esclarecer como essa munição chegou às mãos de criminosos.

Outros três policiais militares suspeitos de envolvimento no assassinato do advogado – Heron Teixeira Pena Vieira, Jackson Pereira Barbosa e Ícaro Natan Ferreira – estão presos, assim como o homem apontado como o atirador, Alex Roberto de Queiroz Silva.

Leia mais: PMs presos por morte de advogado em Cuiabá têm novas prisões decretadas

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou que as investigações sobre a morte do advogado Renato Nery devem ser concluídas em breve.

Relembre o caso 4a533x

O advogado Renato Nery, de 72 anos, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), foi atingido por sete disparos na manhã de 6 de julho de 2024, ao chegar ao seu escritório, localizado na Avenida Fernando Correa da Costa, no bairro Areão, em Cuiabá.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que um homem, já à espera da vítima, efetuou os disparos e fugiu em uma motocicleta vermelha. Nery foi socorrido e ou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte.

O advogado Renato Nery, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), foi morto por sete disparos. (Foto: Reprodução)

As investigações da DHPP indicam que o crime pode estar ligado a disputas por áreas de alto valor imobiliário em Mato Grosso. Renato Nery era reconhecido por sua atuação em processos de regularização fundiária e litígios envolvendo propriedades, o que pode tê-lo tornado alvo de interesses econômicos.

O assassinato de Renato Nery teve grande repercussão nos meios jurídico e político de Mato Grosso. A OAB-MT cobrou rigor nas investigações e manifestou apoio à operação, enfatizando a necessidade de punição dos responsáveis.

Leia mais 436e28

  1. Bebê se adianta e parto é feito em casa com ajuda de bombeiros em Sorriso 2k4e5a

FALE COM O PP 2n1039

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso, clique aqui. Curta o nosso Facebook e siga a gente no Instagram.

Leia também em Justiça! 81219

  1. STF

    Maioria no STF quer redes sociais responsáveis por postagens ilegais 6u736c

    O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta quinta-feira (12), a favor...

  2. Procon-MS

    Família de homem morto dentro do Procon-MS receberá R$ 140 mil 1o62t

    Esposa e filha do empresário baleado e morto, dentro do Procon-MS, em...

  3. Fórum de Campo Grande. (Foto: Maressa Mendonça)

    Condenada mulher que ateou fogo na casa de ex-cunhada no Jardim Carioca 2v4326

    Os crimes ocorreram em 2022, no bairro Jardim Carioca, em Campo Grande....

  4. prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). (Foto: Reprodução)

    Cacique preso por atos golpistas pede ao STF para ir a ritual indígena 21d6r

    A defesa do cacique José Acácio Serere Xavante protocolou no Supremo Tribunal...

  5. Ônibus do transporte público de Campo Grande.

    MPT investiga Consórcio Guaicurus após denúncias na I c6b3w

    MPT-MS instaurou uma investigação preliminar para apurar denúncias envolvendo o Consórcio Guaicurus....

  6. hospital condenado

    Hospital é condenado a pagar R$ 15 mil após confundir infarto com gases 502s2q

    O TJMS condenou um hospital de Campo Grande a indenizar um paciente...