Gerente envolvido em esquema com TCE de MS fez saques de R$ 6 milhões 5b5p3m
Ele é um dos investigados na Operação Terceirização de Ouro que resultou no afastamento de três conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul 5r4b3m
Saques clandestinos realizados por um gerente bancário para a empresa Dataeasy totalizaram R$ 6 milhões em cinco anos. Este valor é apenas uma parte do que foi movimentado pelo esquema envolvendo empresas, conselheiros e servidores do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de Mato Grosso do Sul. A Polícia Federal estima que R$ 100 milhões tenham sido lavados pelos integrantes do esquema.

Conforme as investigações da PF, as empresas envolvidas nas fraudes que resultaram na “Operação Terceirização de Ouro” e afastamento de três conselheiros do TCE, nesta quinta-feira (8), usavam documentos falsos, não seguiam as especificações exigidas nos editais de licitação e ainda respondiam às solicitações do TCE em tempo recorde.
Em um dos pregões, representantes da empresa Dataeasy apresentaram a proposta pouco mais de três horas depois de receberem mensagem do TCE. “ desperta a atenção em razão da velocidade com que foi conduzido [ o pregão]”, ressalta a investigação.
Outras irregularidades citadas dizem respeito ao uso de documentos falsos e o não cumprimento das especificações previstas nos editais.
As investigações indicaram que não só os conselheiros e empresas, mas alguns servidores foram beneficiados com o esquema. Dentre eles, a assessora e chefe de gabinete do conselheiro Ronaldo Chadid, Thais Xavier Ferreira da Costa, que em quatro anos recebeu transferências bancárias que ultraaram R$ 950 mil.
Já um gerente bancário realizou saques clandestinos de cheques da empresa Dataeasy, entre 2017 e 2021, totalizando mais de R$ 6 milhões, omitindo as informações.
Os gastos 24334c
As investigações da Polícia Federal indicaram ainda que os conselheiros do TCE-MS lavaram mais de R$ 100 milhões comprando brownies, pães de mel, brigadeiros e fazendas no Maranhão.
Conforme a PF, o esquema de corrupção começou com a licitação de serviços da empresa Dataeasy, com sede no Distrito Federal. As investigações apontaram que a empresa recebeu mais de R$ 100 milhões do TCE-MS em licitações fraudulentas desde 2018.
Segundo a PF, a empresa lavava o dinheiro que recebia do TCE-MS e devolvia partes aos conselheiros e alguns servidores do órgão.
Uma dessas empresas citadas no sistema da Dataeasy é a confeitaria Damel, que recebeu um ree de R$ 627 mil em doces. O montante está relacionado ao projeto TCE/MS, segundo a própria empresa de tecnologia.

Dentre os itens comprados pela Damel ao TCE estão caixa com 10 Pães de Mel e 10 Brownies a R$ 328.782,00 e caixa com 5 Brownies a R$ 8.410.00.
A reportagem tentou contato com a Dataeasy e com a confeitaria Damel, mas as ligações não foram atendidas.
Além dos três conselheiros apontados como integrantes do esquema: o ex-presidente do órgão, Iran Coelho das Neves e os conselheiros Waldir Neves Barbosa e Ronaldo Chadid, também são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato os servidores Douglas Avedikian, Thais Xavier Ferreira da Costa e Parajara Moraes Alves Júnior.
Os conselheiros foram afastados e devem usar tornozeleira eletrônica, conforme decisão judicial.
André Borges, advogado de Iran Coelho, afirmou ao Primeira Página que já teve o à decisão e que vai pedir no STJ para o cliente não ter monitoração eletrônica e poder voltar ao cargo. “Tudo poderá ser tranquilamente esclarecido, em breve”, declarou.
Ronaldo Franco, advogado de Waldir Neves, confirmou que o conselheiro é alvo da operação, disse que teve o à decisão cautelar, mas não ao processo completo, que tão logo tiver o ao processo irá recorrer. Franco afirmou ainda que não procede nenhuma das imputações ao conselheiro, nem há nada que justifique o afastamento dele do TCE-MS.
A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos servidores.