Eunice Ramos lança livro sobre a força comunicadora das migrantes venezuelanas 5d4346
”Vozes femininas em movimento” revela como a comunicação ajuda migrantes a superarem desafios e criarem redes de apoio. 3v3z3c
A jornalista Eunice Ramos lança nesta sexta-feira (25), às 18h30, no Sesc Arsenal, em Cuiabá, o livro “Vozes femininas em movimento”, obra que nasce de sua dissertação de mestrado e mergulha na trajetória de mulheres venezuelanas que reconstruíram suas vidas longe de casa.
Por meio da comunicação, elas criaram redes que garantem não apenas o sustento, mas também o acolhimento e a preservação de suas identidades.
A ideia do projeto surgiu em 2020, durante uma reportagem na Casa do Migrante, quando Eunice conheceu histórias marcantes de coragem em meio à pandemia da Covid-19. “Em um mundo tomado pelo caos, encontrei mulheres de uma força incrível”, relembra.
Dali nasceu o desejo de investigar com mais profundidade os caminhos da migração feminina e o papel da comunicação nesse processo.
A obra reúne relatos de venezuelanas que se estabeleceram na região de Cuiabá e enfrentaram obstáculos como o idioma, a vulnerabilidade econômica e o preconceito. Em cerca de 140 páginas, o livro discute temas como mercado de trabalho, gênero, adaptação cultural e empreendedorismo.
Eunice mostra como o uso de ferramentas como WhatsApp e redes sociais se tornou essencial para que essas mulheres divulgassem produtos, criassem vínculos e sustentassem suas famílias.
“É por meio da comunicação que elas constroem laços, mantêm viva a cultura e reinventam a própria história”, resume a autora, que concluiu o mestrado em Comunicação pela UFMT.
Com mais de duas décadas de carreira na TV Centro América, afiliada da Globo em Mato Grosso, Eunice é uma das repórteres locais com maior presença em pautas de rede nacional.
O prefácio da obra é assinado pela juíza e professora Amini Haddad Campos, coordenadora do Núcleo de Estudos Científicos sobre Vulnerabilidades da UFMT. Ela destaca a importância de enxergar o outro sem barreiras culturais ou sociais: “Olhar para o outro, sem estrangeirismos, sem apartheid cultural, não é de fácil alcance”, escreve. “Parabéns à autora. Eis um belíssimo trabalho.”
