Mares Agitados é leitura que navega por águas pela independência feminina 1x3k3f
Mazé revela como muitos jovens do interior, sob a pressão da falta de universidades e empregos em suas cidades em meio a um contexto de ditadura militar, censura e repressão 1n2p1d
Hoje é dia do podcast literário da Morena FM, o “Tá Lendo o Quê?”! Nesta sexta-feira (29) mergulharemos na obra “Mares Agitados: na Periferia dos Anos 1970”, da talentosa escritora Mazé Torquato Chotil.
Ouça agora o episódio produzido pela repórter Alexia Schumacher 1d5k1v
No início do livro, somos transportados a dezembro de 1974, quando a autora descreve o momento marcante de sua vida ao desembarcar na rodoviária de São Paulo, após uma longa jornada de mil quilômetros.
“Chegamos. Somos três, ou melhor, quatro. A cunhada da amiga tem o bebê nos braços” ilustra o início de sua jornada de Glória de Dourados, no Mato Grosso do Sul, a uma nova realidade na metrópole, quando tinha apenas 16 anos.
Mazé revela como muitos jovens do interior, sob a pressão da falta de universidades e empregos em suas cidades, eram forçados a se mudar para grandes centros urbanos, em meio a um contexto de ditadura militar, censura e repressão.

A autora reflete sobre suas memórias, revelando o impacto desse desarraigo em sua vida.
“Revisitar as lembranças foi importante décadas após. Minha vida madura vendo aquela da juventude,” diz ela, destacando o papel vital da mulher em busca de independência e autonomia.
O estilo da escritora é classificado pelo professor Volmir Cardoso como uma autosociobiografia, onde se entrelaçam o testemunho pessoal e a memória coletiva.
“Um livro instigante, porque ele se alinha ao que vem sendo feito de melhor na literatura contemporânea,” ele afirma, evidenciando a relevância da obra de Mazé na discussão sobre a realidade das mulheres em contextos tradicionais.