Imagens de satélite mostram o antes e depois das enchentes no Rio Grande do Sul 315p2x

De acordo com a Defesa Civil 450 das 497 cidades gaúchas foram afetadas pelas enchentes e milhares de pessoas perderam suas casas 276qv

Conforme o último balanço divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, a tragédia causada pelas chuvas já afeta mais de 90% dos municípios do estado, desde o início da semana ada. O relatório aponta que 450 das 497 cidades gaúchas foram afetadas pelas tempestades – o equivalente a 90,5% do território – desses somente 47 não tiveram nenhum impacto relacionado às chuvas.

Em imagens registradas pelo satélite Copernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia, é possível ver o antes e depois do estado. O registro é impressionante. (Veja imagem abaixo)

Enchente no Rio Grande do Sul. (Fonte: satélite Copernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia)
Enchente no Rio Grande do Sul. (Fonte: satélite Copernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia)

A imagem acima mostra a transformação do Vale do Taquari, região mais afetada pelas enchentes. O primeiro registro foi feito em 21 de abril, já o segundo no dia 6 de maio.

Devido ao volume de chuva muito acima do normal e o solo encharcado, as águas dos rios menores na região correram para o Rio Taquari, que subiu bruscamente de nível, assim como o Rio Guaíba, o Rio Pardo e o Rio do Sinos, causando as inundações das cidades que ficam às suas margens.

No registro impactante abaixo vemos como exemplo a cidade de São Leopoldo, região metropolitana de  Porto Alegre. O município é cortado pelo Rio dos Sinos e foi engolido pela água. O primeiro registro foi feito dia 1 de maio e o segundo no dia 6 de maio. (Veja imagem abaixo)

De acordo com a prefeitura de São Leopoldo, pelo menos 180 mil pessoas tiveram que sair de casa, precisando buscar acolhimento nas casas de amigos e parentes ou abrigos do poder público.

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Enchente Rio dos Sinos, município de São Leopoldo. (Fonte: satélite Copernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia)

Em outro registro feito pelo satélite Copernicus, da União Europeia, também entre os dias 1 de maio e 6 de maio, vemos o impacto da evolução do nível do Rio Guaíba – também chamado de lago -, que no dia 6 atingiu a marca de 5,33 metros, segundo a Medição da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). (Veja imagem abaixo)

Na segunda-feira (13), o nível da água permanecia na marca dos 5 metros, em Porto Alegre.

As cheias no Guaíba são consequência do escoamento da água do interior do estado. Na serra gaúcha, o final de semana foi marcado por chuvas nos locais onde estão os rios dos Sinos, Caí, Gravataí, Jacuí e Taquari.

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Enchente Rio dos Sinos e Guaíba, região de Porto Alegre. (Fonte: satélite Copernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia)

E se fosse em Mato Grosso? 2d1x

Se Cuiabá estivesse localizada em uma área com as mesmas características que o Vale do Taquari e o Rio Cuiabá inundasse, a baixada cuiabana composta por Cuiabá, Várzea Grande e partes de Santo Antônio de Leverger e de Nossa Senhora do Livramento, que totalizam uma área de aproximadamente 5.051,6 km² estariam alagadas.

Lembrando que a capital mato-grossense está localizada no planalto central brasileiro, onde há o predomínio de planaltos – relevo constituído por uma superfície elevada – e depressões, o que poderia ou não intensificar o problema.

Primeira Página entrevistou o geólogo e professor da UFMT, Caiubi Kuhn, para saber qual seria a possibilidade de eventos como esse ocorrerem no estado e ele relembrou inundações que atingiram a baixada cuiabana.

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Conforme o professor a enchente histórica de Porto Alegre (RS) foi em 1941, quando o nível da água subiu até 4,76 m enquanto em maio deste ano, chegou a impressionantes 5,33 m. Ele cita ainda que em setembro de 1967, o nível chegou a subir até 3,11 m; em outubro de 2015, cresceu 2,92 m; em setembro do ano ado (2023), 3,18 m, em novembro, 3,46 m.

“Isso mostra que Porto Alegre possuía um histórico de recorrência de desastres causados por inundações. Cuiabá e outras cidades de Mato Grosso, também possuem histórico de recorrência de desastres naturais, como inundações. Muitos eventos são recorrentes, ou seja, fazem parte de ciclos que podem ser de alguns anos, décadas ou até séculos. Esses eventos podem ser maximizados pelos efeitos das mudanças climáticas, tornando-os assim, ainda mais fortes”, ressalta.

O geólogo destaca ainda que o estado mato-grossense também pode ter eventos de grande magnitude como os que estão acontecendo no Rio Grande do Sul e reforçou que cabe ao estado estar preparado para os extremos climáticos que estão sendo intensificados nos últimos anos.

“E isso não só na região metropolitana de Cuiabá, mas em outras partes do estado, como na região do Araguaia, ou mesmo em outros locais que são às vezes distantes de grandes rios. Nós podemos citar eventos de chuvas torrenciais que ocorreram no estado, como a de Campo Novo dos Parecis há alguns anos, que inundou a cidade. Um evento parecido ocorreu agora recentemente em Cáceres”, relembra Caiubi.

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