Poema dos desafinados 4a4l3v
Uma ode aos ouvidos confusos e as gargantas desalinhadas 4l1k2f
Não há maior liberdade
do que um desafinado a cantar.
Protegido pelo mau gosto
sabe que vai arrebentar.
Quando abre a voz e fecha os olhos
ninguém faz ele parar
Em quatro categorias
deus separou e dividiu.
São quatro desafinados
pelo menos no brasil.
Veja se conhece alguém
ou se a carapuça serviu.
Tem o tal “desavisado”
que acha que não sai do tom.
Não pode ver uma rodinha
que já pega o violão.
Mas a verdade é que o som dele
só anda na contramão
E o desafinado “sortudo”
é um tipo bem comum.
Joga em todas as notas
pra tentar achar o tom.
Vez em quando ele acerta
e já acha que é cantor.
Também tem o “apaixonado”
que canta com o coração.
Olha no fundo dos olhos
e agride a entonação.
O amor tem que ser grande
pra aguentar a decepção
E por último o “Zé Rico”
que põe a mão na orelha.
Sem saber pra que que serve
mexe até a sobrancelha.
Pensa que domina a técnica
mas só dá vergonha alheia.
Agora falando sério
música é fundamental.
É parte do ser humano
linguagem universal.
Mas tem que estar bem afinado
pra ficar sensacional.
