Vereador de Dourados ataca governador do RS em fala homofóbica 19708

O vereador Sérgio Nogueira (PP), de Dourados, a 201 km de Campo Grande, virou alvo de críticas após afirmar que não enviaria Pix para a “vaquinha solidária” do Rio Grande do Sul para auxiliar a população afetada pelas enchentes.

Em seu discurso, feito na segunda-feira (13), na semana dedicada ao combate contra a LGBTfobia, o parlamentar afirmou, em tom preconceituoso, que o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB) estaria mais preocupado com seu “primeiro-damo” do que com os afetados.

“Grande governador, o senhor não receberá um Pix meu. Posso mandar para os gaúchos sérios, mas para o senhor não. O senhor está preocupado com o seu primeiro damo”, declarou Nogueira, no plenário da Câmara, onde as sessões são gravadas.

Enchentes no Sul r4g23

É importante lembrar que, agora, as famílias no sul do país precisam de toda ajuda possível para superar a situação pós-enchentes. Até quinta-feira (17), o número de mortos ultraava 154. 

O estado registra ainda:

• – Desaparecidos: 98
• – Feridos: 806
• – Pessoas em abrigos: 78.165
• – Desalojados: 540.192
• – Pessoas afetadas: 2.281.830
• – Pessoas resgatadas: 82.666
• – Animais resgatados: 12.108
• – Municípios afetados: 461

A reportagem entrou em contato com a Câmara Municipal de Dourados, que informou não ter recebido representação sobre o caso.

“A Câmara ainda não recebeu nenhuma representação sobre o caso. Mas a situação pode ser apurada internamente em caso de representação. O Código de Ética prevê sanções que vão de uma simples advertência até a cassação do mandato.”

Câmara de Dourados em nota

O vereador Sérgio Nogueira também foi procurado e questionado sobre suas falas. Ele negou ser homofóbico e afirmou que “todo mundo tem o direito de ter sua ‘opção sexual’.

 “Cada um tem o direito de ter sua opção sexual e eu respeito a todos”, disse. Ainda conforme ele, seu discurso visava apenas abordar a situação política, as vítimas e as vidas perdidas no Rio Grande do Sul, sem intenção homofóbica.

Disse também que seu discurso teve como único objetivo abordar a situação política, as vítimas e as vidas perdidas no Rio Grande do Sul, e que em nenhuma hipótese a fala teve intenção preconceituosa

Outra polêmica 6k4j4b

Outro episódio polêmico envolvendo o vereador ocorreu em 2014, quando ele sugeriu colocar gays em “ilhas por 50 anos” porque não se reproduziriam.

Veja o que disse o vereador na época 4of3w

“Eu respeito quem quiser fazer o que quiser do seu corpo, mas não venha me dizer que isso é normal e que a sociedade precisa agir assim. Basta colocar as pessoas que pensam dessa forma numa ilha. Deixa lá quem quer viver a sua homossexualidade, lá numa ilha por 50 anos. Daqui 50 anos não tem mais ninguém. Porque a família é constituída de pai, mãe; macho, fêmea; homem, mulher; e daí vêm os filhos.”

Após a repercussão do caso na época, Sérgio foi procurado e tentou reverter o que foi dito. Em ambas ocasiões, os episódios lamentáveis foram registrados por vídeo em sessões. 

O vereador negou que sua intenção fosse sugerir a segregação dos homossexuais.

A frase polêmica foi feita em resposta a questionamentos sobre uma cartilha do Ministério da Educação com informações sobre orientação sexual para as escolas do município. 

Em nota ao g1 na época, o vereador justificou que sua frase se inseria na argumentação de que a orientação homoafetiva não deveria ser tomada como medida padrão de sexualidade nas escolas.

“Se, por um lado, ite-se que não deve existir homofobia, ou seja, a discriminação de pessoas por causa da opção homoafetiva, por outro lado, o Estado deve respeitar a sociedade, sobretudo o segmento religioso cristão, no sentido de não utilizar a rede de ensino para estimular crianças ao comportamento homossexual através de material didático, como se pretendia fazer com os kits de educação sexual do Ministério da Educação em 2013″, justificou o vereador na nota.