Autoestima – Qual é a dose certa? 5l2z4n
De uma forma clara e objetiva, autoestima refere-se ao que o indivíduo pensa e sente sobre si mesmo, sejam esses sentimentos e pensamentos positivos ou negativos; leia mais na coluna do dia 1z192
De uma forma clara e objetiva, autoestima refere-se ao que o indivíduo pensa e sente sobre si mesmo, sejam esses sentimentos e pensamentos positivos ou negativos. Quando são positivos, diz-se que há uma alta ou elevada autoestima. Por outro lado, quando negativos, fala-se em baixa autoestima. Há, ainda, aqueles indiferentes a si, que podem ser vistos como indivíduos com falta ou destituídos de autoestima.

É a forma como a pessoa se vê e se sente em relação a ela própria e ao mundo; é o valor que ela se pontua ou que deixa de se pontuar; é a existência de amor-próprio ou a falta dele, é a somatória de amor-próprio com autoconfiança. Mas, como alguém pode se valorizar intensamente ou, o contrário, desvalorizar-se por completo, se não há saúde mental nos extremos? Então vejamos.
A autoestima deve ser nutrida por aspectos quantitativos e qualitativos: o achar-se quantitativamente bom em um ponto e que esse ponto seja qualitativamente útil; é unir o útil ao agradável. Julgar-se bom, muito bom ou excelente em algo, faz parte de uma autoestima quantitativamente alta ou quantitativamente positiva, porém, achar-se o melhor, inigualável e insuperável, é também uma autoestima quantitativamente positiva, todavia extrema, sem qualquer parcela de humildade o que leva, muitas vezes, a não simpatia de pessoas próximas àquele que assim pensa dobre si. No aspecto qualitativo, uma autoestima saudável pode ser, por exemplo, aquela dirigida à arte; por outro lado, achar-se expert em ludibriar pessoas, por exemplo, é dar vazão a uma autoestima qualitativamente negativa.
Quando determinada pessoa detém uma autoestima sadia, ou seja, quantitativamente equilibrada e qualitativamente saudável, há um completo bem-estar próprio e das pessoas que estão a sua volta, faz bem tanto ao detentor da autoestima como aos seus conviventes. A autoestima qualitativamente negativa está associada ao mau-caratismo e precisaríamos de um espaço específico de estudo para falar mais sobre ela.
Vamos tecer agora alguns comentários sobre a autoestima qualitativamente sadia, com variações apenas nos seus pontos quantitativos. Como já frisamos antes, os aspectos quantitativos extremos, quando muito intensos, sem qualquer filtro, saem do registro de normalidade. Se o extremismo é para o lado positivo, isto é, quando há uma elevada autoestima, isso pode nos sugerir, por exemplo, debilidade mental, traços de personalidade narcisista ou um episódio maníaco (uma das fases do transtorno bipolar). Este último necessita de abordagem psiquiátrica e uso de medicamentos, até que os escores caiam aos parâmetros de normalidade. Por sua vez, quando o extremismo é para o lado negativo, ou seja, quando há uma baixa autoestima, isso nos sugere um quadro de depressão, também com necessidade de tratamento psiquiátrico e uso de medicamentos.
A autoestima, dentro dos parâmetros positivos, quando bem dosada, constitui-se num ótimo pilar da saúde mental. Isso quer dizer que faz muito bem a pessoa gostar de si, investir em si, priorizar suas necessidades desde que não e por cima de ninguém, nem prejudique a necessidade do outro.
Tudo precisa ser muito bem dosado na vida, quando caminhamos, com o olhar à frente, sem pisar em ninguém que esteja no caminho e que possamos continuar nossa jornada com a certeza ou quase certeza de que alcançaremos nossos objetivos. Quando assim agimos, certamente estamos com nossa autoestima elevada, mas com o claro sinal de que existe em nós humildade suficiente para não ultraarmos nosso limite e nem adentrarmos o limite do outro. Ame a si próprio, mas não deixe de amar o próximo.