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Hiperfoco, Hiperfixação e Interesse Especial 27341h

Leia a nova edição da coluna Saúde Mental 4l1s2b

Hiperfoco, já definido pelo próprio nome, é um estado de intenso foco ou grande concentração em algo ou determinada atividade por longo espaço de tempo, com desinteresse e consequente desatenção a outras demandas, inclusive suas próprias necessidades fisiológicas. No hiperfoco é grande a dedicação à determinada tarefa e a noção de tempo é completamente perdida, assim como o interesse a outras solicitações.

A concentração não flutua, ela se mantém rígida na tarefa de interesse com excepcional desempenho no trabalho que aquela pessoa com hiperfoco está realizando, levando-a a um alto nível de performance em determinada empreitada. Parece algo bom, mas não deixa de ser um comportamento com muitas consequências, uma vez que a atenção hiperfocada leva à desatenção a outras solicitações tão ou mais importantes que a tarefa de interesse. Isso faz que aqueles que têm hiperfoco negligenciem necessidades básicas como alimentação, hidratação, sono, higiene pessoal, interação social e outras, com prejuízos à vida familiar, social, acadêmica e profissional.

Por um lado, o desenvolvimento de maiores habilidades pode trazer grandes conquistas, mas por outro lado, a pessoa hiperfocada termina enclausurada no seu próprio foco de interesse. Por isso, há necessidade de técnicas terapêuticas que estabeleçam limites e equilíbrio do tempo em determinadas tarefas, mostrando a necessidade de pausas e a importância de desenvolver outras atividades, mesmo que não lhe pareçam tão interessantes, propiciando que a pessoa hiperfocada compreenda a diferença entre interesse e responsabilidade.

Hiperfixação poderia ser definida como um mega hiperfoco, um hiperfoco maior e mais prolongado, uma concentração intensa em algum interesse, uma verdadeira obsessão por determinada coisa, um hiperfoco obsessivo, um interesse obsessivo por um tema específico, enquanto outras atividades são ignoradas mais do que na condição de hiperfoco. A maior diferença entre essas duas condições está no aspecto quantitativo da atenção concentrada, que vai do hiperfoco propriamente dito à hiperfixação.

Portanto, assim como no hiperfoco, na hiperfixação há grande dedicação a um determinado conhecimento, uma verdadeira paixão, uma necessidade cada vez maior e se aprofundar em determinado assunto com sensação de prazer provocada pela atenção obsessiva. a a existir um verdadeiro domínio de certa área e ignorância de outras, com prejuízos nos diversos campos da vida. Assim como no hiperfoco, há necessidade de intervenções terapêuticas visando maior controle do tempo destinado a determinado assunto, que deve ser substituído pela responsabilidade de dar atenção a outras atividades e outros assuntos também importantes.

Interesse especial é o terceiro tópico a ser abordado. Nos dois anteriores a atenção é concentrada em atividades de interesse, ou muito focada ou intensamente focada, mas sempre hiperfocada, muito ou um pouco mais. Já no interesse especial há um hiperfoco apenas em uma ou algumas atividades, que am a ser não simples atividades de interesse, mas únicos temas de interesse em diversas matérias, como na arte, ciência, história, esporte, tecnologia e outras. Há, ainda, muitos casos de colecionismo e outros hobbies como interesses especiais. Isso tudo com grande conhecimento e habilidades nas áreas focadas.

Esses interesses especiais podem favorecer a socialização, com encontros de pessoas com os mesmos interesses, como também propiciar o afastamento de pessoas pela rigidez no repertório de assuntos.

Tanto no hiperfoco, como na hiperfixação e nos interesses especiais há dificuldade para equilibrar necessidades e responsabilidades, com consequentes prejuízos à vida pessoal e social. Pessoas com essa características são muitas vezes vistas como estranhas ou excêntricas, mas apreciadas por sua excepcional capacidade em determinadas áreas do conhecimento.

O hiperfoco, a hiperfixação e o interesse especial estão frequentemente relacionados ao transtorno do espectro do autismo (TEA) e ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Há necessidade de maior capacitação profissional para compreender essas pessoas, valorizá-las e aproveitar melhor suas capacidades.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde Mental, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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