João Miguel espera há mais de 1 ano cirurgia para voltar a respirar bem 2495c
João Miguel, de apenas 6 anos, está há um ano e meio correndo risco de vida, em Campo Grande. Ele usa desde muito cedo uma traqueostomia, que precisa ser trocada a cada três meses. Porém, o procedimento cirúrgico que precisa ser feito pela Santa Casa de Campo Grande ainda não foi realizado, mesmo após a família conseguir a doação de uma cânula em maio deste ano.

“Até agora nada. Ele falam que ele precisa ser chamado”, declara a mãe, Sandra Alves de Souza, de 43 anos. Inclusive, a mãe conseguiu uma cânula que recebeu através de uma ação social, levou o objeto a Santa Casa de Campo Grande, por meio de doação em maio deste ano, mas mesmo assim a cirurgia não foi marcada.
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Diagnóstico de João Miguel 4l1v59
Segundo ela, João Miguel nasceu prematuro, de 29 semanas e quatro dias, em Eldorado, município a 427 km de Campo Grande. Ainda bebê, ele sofreu várias paradas cardiorrespiratórias. Logo depois, surgiu o diagnóstico de Traqueomalácia e Estenose de Traqueia, um tipo de colapso da via aérea.
“Ele ficou seis meses no Hospital Universitário de Dourados, e de lá, viemos para Campo Grande”, diz Sandra, que hoje mora no bairro Santa Emília, na capital de Mato Grosso do Sul.
Há um ano e meio, a família aguarda a troca da traqueostomia do garoto, que deve ocorrer a cada três meses. Mas o menino está há um ano e meio sem fazer o procedimento, fazendo-o ter o risco de sofrer uma infecção perigosa.

Projeto Respira m730
João Miguel ainda faz parte do Projeto Respira, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que atendem de forma gratuita recém-nascido até adolescentes de 17 anos que possuem problemas cardiorrespiratórios.
“Ele chegou desde o início do projeto. E a ‘traqueo’ precisa ser trocada, porque à medida que ele vai crescendo, o corpo desenvolvendo, a parte [da traqueia] é afetada. Ela é um corpo estranho e tem vida útil. Pode correr várias infecções”, explica a Professora Doutora Leila Foerster Merey, coordenadora do projeto.
Graças ao Respira, junto com os acadêmicos da Atlética de Fisioterapia da universidade, que João Miguel conseguiu uma nova cânula, equipamento disponibilizado pelo SUS, mas que estava em falta na rede de atenção à saúde.

No dia 30 de maio deste ano, a mãe, Sandra, foi até a Santa Casa de Campo Grande e levou em mãos o equipamento doado.
“Ela levou ao hospital e assinou um termo de entrega há seis meses. O procedimento de troca da cânula é simples, mas no caso dele [João Miguel] precisa ser feito em um centro cirúrgico. O médico fez o pedido há um ano e meio! Nisso, ele já internou, já teve infecção, não vai para escola. Já tentamos encaminhar para Dourados, não tivemos sucesso. Já tentamos contato com uma médica de São Paulo. Já fizemos várias tentativas”, salienta Leila, do Projeto Respirar.
Ainda de acordo com Leila, a cânula que conseguiram graças às ações sociais pode não servir mais em João Miguel. “Já se ou tanto tempo, e ele cresceu. Pode ser que tenha que usar uma outra”, diz.
Sem escola 265p5h
O menino também teve a educação prejudicada porque a mãe tem medo dele pegar alguma outra infecção. “A gente tem medo, né? E ele tá atrasado. Daqui a pouco o Conselho Tutelar vem atrás”, finaliza Sandra.
A reportagem pediu um posicionamento da Santa Casa de Campo Grande, e aguarda o retorno.