Proibido desde 2009, "cigarro eletrônico" é produto fácil no comércio físico e eletrônico 405ld
Hoje considerado vilão por causa danos a saúde, o cigarro eletrônico surgiu como a solução para o tabagismo 23o4y
A proibição de venda de cigarros eletrônicos no Brasil foi reforçada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em medida publicada nesta semana. É o que está no papel desde 2009, mas na prática, o retrato é bem outro: compra quem quer, pois os dispositivos estão disponíveis no comércio físico e on-line, a um o do interessado.
A verdade é que desde 2009 a venda é ilegal no país, mas não é preciso andar muito para encontrar o aparelho pelas ruas.
A equipe do Primeira Página foi ao Centro de Campo Grande nesta quinta-feira (7), dia seguinte do anúncio da Anvisa, para entender como os cigarros eletrônicos são vendidos na cidade sem qualquer controle.

Não foi difícil encontrar os pontos de venda. Tabacarias e conveniências oferecem desde os modelos descartáveis aos mais sofisticados, além de todo o necessário para manter o aparelho sempre cheio.
Por anúncios na internet e até por aplicativos de entrega, é possível ter um pod eletrônico, modelo que é considerado mais “fraco” pelos comerciantes, basta pedir.
Era para ser tratamento, virou vício 4e5213
Hoje tratado como vilão por causa danos à saúde – iguais ou até piores que o cigarro normal – o cigarro eletrônico surgiu como a solução para o tabagismo. Ao contrário do que parece, o primeiro modelo do aparelho é antigo, foi criado 1927.
Mas só nos anos 60 que ganhou “a cara” dos que são vendidos hoje. Já naquela época, a ideia era entregar uma opção mais saudável aos fumantes, mas como as empresas de tabaco estavam em ascensão, o investimento não foi para frente.
Anos depois, em 2003, o farmacêutico chinês Hon Lik cria de fato o modelo de cigarro eletrônico que até hoje serve de inspiração para as empresas. Fumante, ele perdeu o pai para o câncer pelo mesmo motivo e depois de um sonho, em que viu água virar vapor, decidiu fabricar um aparelho que vaporizava um líquido contendo nicotina.
Ainda sob a alegação de um produto que ajudaria fumantes largarem o vício, a ideia se popularizou ano após ano e chegou a um grupo ávido por novidade: os jovens. A procura pelos cigarros eletrônicos também popularizou a sua venda, claro.

Na capital de Mato Grosso do Sul não foi diferente. Tabacarias, conveniências, camelódromo e até barraquinhas de equipamentos eletrônicos, aram a oferecer o produto, que ganhou embalagens coloridas e sabores para atrair o novo público.
Opções 1fv1p
São vários modelos, tamanhos e marcas nas prateleiras, expostos e ao alcance dos clientes, basta escolher o que preferir. Os conhecidos como Vape, tem uma maior potência e geralmente são opção para quem é do mundo do narguilé. Há também o Pod, que são menores e foram projetados para se adequar a fumantes. É esse modelo que possui uma versão descartável.
Em Campo Grande os valores dos aparelhos podem oscilar bastante. Nas lojas visitadas pela reportagem na manhã desta quinta-feira, os modelos de vape começam em R$ 170 e os pod a partir de R$ 50.
Os mais caros do segundo modelo são os recarregáveis e giram em torno dos R$ 140. Ainda vendidas as resistências e essências que são colocadas para dar sabor.
Entre os comerciantes, é como se a venda sempre fosse autorizada no Brasil. Quando questionados sobre a proibição, um deles até brinca. “Tomara que não chegue aqui”.
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A própria Anvisa ite que não há fiscalização contra a venda dos cigarros eletrônicos no país, por isso, a intenção é discutir o aprimoramento desse tipo de ação, além de reforçar o monitoramento e disseminação de informações sobre os produtos, a partir de agora.
Ainda neste ano a legislação atual será revisada e uma consulta pública sobre o tema será aberta. Só então uma nova resolução de diretoria colegiada da agência, que votou pela permanência da proibição nesta quarta-feira, será publicada.