ALMT pede desligamento de garçonete presa por integrar facção criminosa 2ic2e
Vânia Cristina Ribeiro de Moraes é apontada pelo Gaeco e pelo MPMS como uma das líderes do esquema de cooptação de policiais penais para a entrada e permanência de celulares em presídios. 51c27
A garçonete da ALMT (Assembleia Legislativa de Mato Grosso) Vânia Cristina Ribeiro de Moraes, conhecida como “Dona Vânia”, é apontada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), como uma das líderes do esquema de cooptação de policiais penais para a entrada e permanência de aparelhos celulares em presídios.

Após a revelação do caso, a ALMT pediu a substituição da funcionária.
“Dona Vânia”, ainda segundo investigação do Gaeco, é uma das cabeças de uma facção criminosa que atua em Mato Grosso. Ainda segundo as investigações, o objetivo da organização também era se expandir em Mato Grosso do Sul.
Vânia foi presa durante a operação Bloodworm, deflagrada no dia 5 de maio, para cumprir 92 mandados de prisão. Desse total, 14 ordens judiciais foram cumpridas em Mato Grosso do Sul.
O esquema foi assunto da coluna Capivara Criminal, do Primeira Página, que foi ao ar no domingo (14).
Conforme as investigações do MPMS, a servidora pública era uma das mais influentes da organização criminosa, ela atuaria em todos os setores.
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“Inicialmente, os elementos probatórios obtidos demonstraram que ela é a responsável pela importante função de “Cartório do MS” no chamado setor do “cadastro”. Nessa função controla o gerenciamento do quantitativo de membros da organização criminosa e do ingresso de novatos”, diz trecho da investigação do MPMS.
Dona Vânia também é ligada por laços familiares a dois líderes da organização criminosa em Mato Grosso do Sul. É mãe do investigado Lucas Matheus Ribeiro de Moraes, que ocupa a função de tesoureiro da organização criminosa. Ela também mantinha relacionamento amoroso com Devair Pereira de Castro, participante da organização.
O Ministério Público conseguiu na Justiça a quebra dos sigilos telefônicos e telemáticos da investigada. As provas colhidas evidenciam os crimes, conforme o MPMS. Em uma das conversas, ela combina a entrada de um peixe em penitenciária de Mato Grosso do Sul. Segundo o MP, peixe significa algo proibido como drogas ou armas. No mesmo dia, fez um PIX de R$ 9,8 mil.
- Veja mais detalhes na coluna Capivara Criminal deste domingo

Nota 21d1
Em nota enviada ao Primeira Página, a Secretaria de istração e Patrimônio da ALMT informou que a senhora Vânia Cristina Ribeiro de Moraes presta serviço há cerca de quatro anos como copeira no Parlamento.
Foi informado ainda que Vânia integra o corpo de funcionários de uma empresa de serviços terceirizada pela Casa de Leis, mas que assim como procede em todos os casos de funcionários terceirizados, a Coordenadoria Militar da ALMT, à época da contratação, não encontrou nada que desabonasse sua vida pregressa em checagem social.
“Embora com excelente conduta na rotina diária, a ALMT disse que foi solicitada a substituição da funcionária à empresa prestadora de serviço”, diz o texto.