Fraude fiscal: empresa declarou salto de 2.000% no capital para obter incentivos em MT 234s1w

Mentor de esquema já investigado em SP teria articulado operação em Mato Grosso com capital fictício, propriedades rurais fantasmas e manipulação de arquivos entre empresas do mesmo grupo. 72411l

Apelidos como ‘Beto Louco’ e ‘Betinho’, usados em arquivos internos da NEOVG/EGCEL, levaram a Polícia Civil a identificar o elo entre a empresa de Mato Grosso e uma fraude bilionária no setor de combustíveis, semelhante à já investigada em São Paulo.

Empresa de combustíveis em MT é denunciada por fraude fiscal de R$ 500 milhões. (Foto: PJC-MT)
Empresa de combustíveis em MT é denunciada por fraude fiscal de R$ 500 milhões. (Foto: PJC-MT)

Segundo a Polícia Civil, o esquema em Mato Grosso causava um prejuízo potencial de R$ 500 milhões por ano aos cofres públicos, com uso indevido de benefícios fiscais estaduais como o Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial).

Um total de R$ 25 milhões em incentivos fiscais já foi comprovadamente desviado.

O Primeira Página tenta contato com a empresa NEOVG/EGCEL.

Apelidos ligam líder de grupo criminoso a empresas investigadas 343bh

De acordo com a denúncia do Ministério Público, relatórios técnicos da Secretaria de Fazenda revelaram que o nome Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido pelos apelidos “Beto”, “Beto Louco” e “Betinho”, está por trás da operação fraudulenta.

Ele já foi apontado como o mentor intelectual da COPAPE Produtos de Petróleo, investigada em São Paulo por um esquema semelhante.

Os apelidos encontrados nos documentos reforçam a suspeita de que o mesmo grupo criminoso atua em diferentes estados, utilizando empresas com estruturas e práticas semelhantes para ocultar a origem dos lucros e fraudar o sistema tributário.

Fazendas fantasmas para inflar capital social 6g3y1z

Um total de R$ 25 milhões em incentivos fiscais já foi comprovadamente desviado. (Foto: PJC-MT)
Um total de R$ 25 milhões em incentivos fiscais já foi comprovadamente desviado. (Foto: PJC-MT)

Na constituição da NEOVG/EGCEL, em 2002, foi declarado um capital social de R$ 840 mil, sendo que R$ 800 mil teriam sido integralizados por meio de três propriedades rurais: Fazendas Juliana, Juliana II e São Sebastião. Os sócios Estefânia Alves de Freitas, Otaíde Trento Júnior e Egnaldo de Freitas Tiago seriam os responsáveis pelos bens.

No entanto, investigações confirmaram que essas propriedades nunca foram transferidas formalmente para a empresa. Trata-se de uma manobra para inflar artificialmente o patrimônio, o que permitiu à companhia obter licença da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o a benefícios fiscais indevidos.

Arquivos da COPAPE foram usados pela NEOVG/EGCEL 5x635k

Uma perícia nos computadores da sede da NEOVG/EGCEL revelou algo ainda mais grave: documentos originalmente criados pela COPAPE foram encontrados e modificados pela empresa de Mato Grosso.

Um exemplo é a planilha “camaras de espuma.xls”, criada pela COPAPE em 1998 e modificada pela NEOVG/EGCEL em 2021. A análise de metadados confirmou o compartilhamento de documentos operacionais, sugerindo relação direta entre as empresas.

Lucros bilionários com ICMS de 1% 6cio

A investigação também aponta a existência de um megaesquema interestadual de evasão fiscal. Empresas do grupo criminoso importavam gasolina e nafta dos Estados Unidos por meio da Terra Nova Trading, localizada no Tocantins.

O grupo se aproveitava de uma alíquota reduzida do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) — tributo estadual cobrado sobre vendas, serviços e movimentações de produtos — de apenas 1%, mesmo sem que as mercadorias circulassem fisicamente pelo estado beneficiado.

O combustível era então direcionado para empresas como a COPAPE e a ASTER Petróleo, que realizavam a distribuição para diversos estados.

A estratégia permitia margens de lucro até 20 vezes superiores às de concorrentes, resultando em lucros mensais superiores a R$ 150 milhões no caso da COPAPE, somente em 2021.

Até março de 2024, a COPAPE acumulava uma dívida fiscal definitiva de R$ 336 milhões, além de mais de R$ 6 bilhões em multas istrativas ainda em fase de recurso.

Justiça impõe controle e bloqueios 6z1ct

Diante das evidências, o Ministério Público ofereceu denúncia contra os representantes da NEOVG/EGCEL, aceita pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá. A Justiça determinou que a empresa preste contas mensalmente, enviando todas as notas fiscais emitidas, e autorizou o bloqueio de valores e o compartilhamento de provas com a ANP.

A apuração é coordenada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), que reúne órgãos como a Polícia Civil, o Ministério Público e a Secretaria de Fazenda de Mato Grosso.

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