Médico cometia abusos sexuais em unidade pública de saúde em Canarana, diz delegado 532d2d
Delegado afirma que o suspeito explorava vulnerabilidades emocionais para submeter mulheres e crianças a abusos sexuais graves. k6o6a
A denúncia de que abusos sexuais teriam ocorrido dentro de uma unidade de saúde pública (PSF Mutirão), em Canarana, a 838 km de Cuiabá, cometidos pelo médico e vereador Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, mostra o uso da estrutura do Estado para a prática dos crimes, o que pode gerar também responsabilização istrativa e penal por violação de deveres funcionais.
As investigações da Polícia Civil avançaram nos últimos dias e já identificaram pelo menos oito vítimas dos abusos cometidos pelo médico. Entre elas estão duas mulheres adultas, duas adolescentes e duas crianças — uma de 8 e outra de apenas 2 anos de idade. Outras duas vítimas seguem sob apuração.
A Polícia não descarta a existência de mais casos, especialmente envolvendo mães e filhas, padrão que se repete no modus operandi do suspeito.

O médico e vereador Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, está preso desde a última sexta-feira (31) por suspeita de abuso sexual infantil, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil, entre outros crimes sexuais.
Delegado detalha esquema de manipulação e abuso 23170
De acordo com o delegado Flávio Leonardo, responsável pelo caso em Canarana, o suspeito usava sua posição profissional e influência política para manipular emocionalmente mulheres em situação de vulnerabilidade emocional, estabelecendo com elas um laço de dependência e subjugação.
“Os elementos indicam que o suspeito possui uma expertise na identificação de vulnerabilidades emocionais das vítimas, estabelecendo uma relação de dependência, de forma a levá-las a praticar atos que configuram, em tese, práticas de escravidão sexual”, afirmou o delegado.
Em um dos casos mais graves, a vítima — uma mulher de 29 anos — foi submetida por meses a esse controle psicológico. Segundo o delegado, o médico produziu conteúdos íntimos da vítima, “colocando-a em uma situação de completa coação, ao ponto dela não ter como negar suas exigências ou investidas”.
Thiago teria demonstrado interesse na filha da mulher, de apenas 8 anos, e abusou sexualmente da criança durante esse período de coação contínua.
“Há fortes elementos que indicam que após o término da relação, o suspeito submeteu a mulher a práticas sexuais mediante violência dentro de seu consultório no PSF do bairro Mutirão”, disse Flávio Leonardo.
Investigação revela padrão de atuação 3w3k7
As apurações apontam que o modus operandi do médico se repetia com diferentes vítimas, especialmente mulheres com filhas pequenas. Ele se aproveitava da confiança adquirida como profissional da saúde e representante público para se aproximar das famílias e, posteriormente, submeter as mulheres a relacionamentos abusivos e coação sexual contínua.
O delegado reforça que, diante da gravidade dos fatos, foi aberto um procedimento investigatório específico, com o objetivo de aprofundar as diligências e garantir a responsabilização do suspeito.
CRM e Câmara de Canarana se manifestam 3q4m4d
Diante da repercussão do caso, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) abriu uma sindicância para apurar a conduta ética do médico. A sindicância é a fase preliminar de investigação interna e pode resultar em um processo ético-disciplinar com punições, inclusive cassação do registro profissional.
Já a Câmara de Vereadores de Canarana informou, por meio de nota, que recebeu oficialmente a intimação do processo — que corre sob sigilo judicial — e que o parlamentar está afastado das funções legislativas, conforme determina a Lei Orgânica do Município.
“A Câmara reafirma o seu compromisso com a ética, a legalidade e a transparência em todas as suas ações”, diz a nota assinada pela presidência do Legislativo.
Material pornográfico foi apreendido 4o5u3
Durante a operação que resultou na prisão preventiva de Thiago Bitencourt, no dia 31 de maio, foram apreendidos materiais relacionados à pornografia infantil, incluindo registros que teriam sido produzidos, armazenados e compartilhados pelo próprio médico.
Há ainda indícios de que uma adolescente foi coagida a participar de abusos contra uma criança de apenas 2 anos, ampliando o escopo da investigação.