Mercenário afirma que "Dom" fugiu porque foi avisado de operação da PF 3w715v
Iuri Silva de Gusmão afirmou em depoimento à PF que recebeu orientação para tirar "Dom", acusado de comandar tráfico, de fazenda na fronteira 3x4h15
Depois de ser preso pela Polícia Federal, Iuri Silva de Gusmão, de 30 anos, apontado como chefe de segurança de Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota – conhecido como “Motinha” ou “Dom” – revelou que por mais de uma vez, o patrão foi avisado de que seria preso e por isso, conseguiu escapar.
Na última fuga, “Motinha” deixou a fazenda na qual se escondia de helicóptero, conforme as informações da PF. Ele é acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de comandar uma organização dedicada ao narcotráfico na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

O depoimento de Iuri foi divulgado pelo programa Fantástico, neste domingo (9). Para as equipes federais, “Légio”, apelido do preso, contou que foi treinado por uma empresa de segurança europeia e que em 2020 chegou a Mato Grosso do Sul para trabalhar com o “Clã Mota”.
“No mesmo dia que cheguei em Ponta Porã o cliente, o Antônio, mandou me buscarem em Ponta Porã e me levarem para o Paraguai, para me apresentar para ele”. Já em solo paraguaio, o mercenário tinha por compromisso cuidar da família de “Dom” e das propriedades deles.
Para conseguir isso, Iuri tinha sob seu controle um grupo paramilitar composto por mercenários estrangeiros (da Itália, Romênia e Grécia), além do 3º sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Ygor Nunes Nascimento.
Antes de o grupo assumir a segurança de “Dom”, no entanto, o esquema criminoso liderado por ele começou a ser desvendado pela polícia. Em 2019, algumas das propriedades da família foram alvo de operação. Além da apreensão de diversas armas, a polícia encontrou a ligação de Mota com outros narcotraficantes conhecidos; entre eles Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro” e Caio Bernasconi Braga, o Fantasma da Fronteira. Ambos estão presos.
Ano a ano, o cerco contra o “Clã Mota” foi se fechando e no dia 30 de junho de 2023, policiais brasileiro e paraguaios foram aos endereços ligados ao traficante, mas descobriram que “Dom” havia escapado de helicóptero dois dias antes.

Vazamento de informações 6e6i68
O que antes era apenas uma suspeita foi confirmado por Iuri: o chefe dos Mota fugiu porque foi avisado.
Em depoimento, o ex-chefe da segurança conta que o primeiro alerta foi ele mesmo quem recebeu.
“Eu fui avisado de que provavelmente teria alguma operação, e que seria o ideal retirar ele do local”, narrou. O local era uma fazenda da família, onde a polícia encontrou uma pista de pouso de aeronaves de pequeno porte. Segundo a investigação, era assim que eles conseguiam “escoar” a droga para outras cidades brasileiras.
Foi exatamente o que o grupo fez. “Dom” se mudou para outra propriedade. O endereço foi novamente encontrado pela polícia paraguaia, mas o narcotraficante não. “Ele falou que a gente estaria numa situação de risco, a gente teria que se retirar”, revelou o guarda-costas. Dessa vez, o grupo de segurança fugiu para o Brasil e no dia da ação, acabou preso pelos policiais federais.
Ao Fantástico, a defesa de Iuri Gusmão disse que acompanha os fatos para garantir a proteção dos direitos a ampla defesa do investigado.
O advogado do pai e da mãe de “Dom”, Luiz Renê Gonçalvez, disse em nota que a família está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos para o restabelecimento de sua honra e, ainda, que não teve todo o ao conteúdo investigado e, por isso, não pode esclarecer os fatos noticiados pela imprensa.
A Operação “Magnus Dominus” cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão na semana ada.
“Dom” segue foragido e agora faz parte da lista de difusão vermelha da Interpol.