Uso da tecnologia pode recolocar idosos no mercado de trabalho 4s5a42
Pesquisa realizada pelo SESC São Paulo e Fundação Perseu Abramo mostra que 40% dos idosos sentem-se excluídos do mundo digital e têm dificuldade em ler e escrever 305n4j
Uma pesquisa realizada pelo SESC São Paulo e Fundação Perseu Abramo aponta que 40% dos idosos sentem-se excluídos do mundo digital e têm dificuldade em ler e escrever. Esse medo de não saber lidar com o uso da internet e até mesmo de computadores e aparelhos celulares torna mais difícil o retorno ao mercado de trabalho, mas seguindo algumas dicas é possível reverter esta situação. A pesquisa é de 2020 e ouviu 2.369 pessoas em todo o país.

A orientadora de carreira Juliana Seidl comenta que, em geral, “as pessoas com 50 anos ou mais levam um pouco mais de tempo para aprender uma ferramenta, programa, aplicativo virtual que uma pessoa mais jovem. Não é à toa que o termo nativo digital é usado para se referir a pessoas com 25 anos de idade ou menos porque essas pessoas cresceram manuseando tablets, celulares e computadores”.
Juliana reforça que o “sofrimento” durante esse processo de aprendizagem não tem relação com a idade, mas com a abertura à aprendizagem. “Se ela for resistente a aprender ela vai sofrer, mas se ela for aberta, curiosa, gostar de experimentar e entender que errar faz parte do processo, mesmo que ela leve um pouco mais de tempo, ela vai aprender e vai ser divertido aprender”.
Diante deste cenário é preciso entender que a mudança tecnológica tem acontecido de maneira muito rápida, ampliando o o à informação. Então é preciso ser flexível e estar disposto a aprender como funcionam novas ferramentas. Não é uma tarefa fácil, mas essa mudança pode proporcionar aos mais experientes a reinserção no mercado de trabalho e até uma melhoria na qualidade de vida.

O gerente de educação do Sesi, Filipe Simões, destaca que informações básicas podem ajudar muito na busca de um emprego.“Abre portas porque hoje é muito difícil você ter funções, mesmo funções básicas que não demandam o mínimo de noção em como ar um aplicativo, estar em um grupo de WhatsApp porque as informações são enviadas lá. Então o mínimo a pessoa tem que saber”.
A orientadora de carreira também pontua que, na maioria dos casos, os empregadores não exigem um conhecimento muito específico.
“Cada vez mais as empresas têm exigido o domínio de competências tecnológicas seja como pré-requisito ou como desejável para uma vaga ou outra oportunidade profissional. O problema é que as pessoas têm deixado de tentar certas oportunidades porque elas acreditam que as empresas vão pedir o domínio de vários sistemas e ferramentas e competências e isso não é verdade”.
Juliana reforça que quando você aprende uma fica bem mais fácil aprender outras porque os símbolos e funcionalidades dessas ferramentas são bem parecidos. “Nosso maior medo é deixar de tentar pelo medo de não conseguir. Pode ser muito mais fácil do que você imagina”.
Para se adaptar às novas mudanças, é preciso incluir as novas tecnologias na rotina. Isso pode começar em casa, com o próprio celular. Saber utilizar os principais aplicativos de mensagens, conhecer a fundo os recursos disponíveis, assim como outros aplicativos que possam ter ligação com a profissão é uma boa forma de começar. É só exercitar um pouco todo dia e, se necessário, pedir ajuda para pessoas que já possuem mais prática, pode ser um filho, neto, ou até mesmo um colega.
O Sesi de Mato Grosso do Sul ainda disponibiliza um curso chamado “60 mais”. O programa tem como objetivo ampliar o o à tecnologia e é feito em parcerias com bibliotecas de 44 municípios do Estado.
“Com os alunos a gente consegue fazer eles aprenderem a baixar aplicativos de redes sociais, como utilizar, compartilhar áudios, compartilhar vídeos com segurança porque normalmente o pessoal dessa idade é muito vulnerável a golpes. Então todo esse processo você dá uma noção básica de utilização de redes sociais através do celular, através do computador e também de utilizar os aplicativos básicos do computador, ou ar a internet, um processador de texto”.
Para participar deste curso basta ter 60 anos ou mais. Ele tem carga horária de 30 horas, que são divididas em encontros semanais e presenciais de 2 horas. O curso é gratuito e a inscrição pode ser feita na própria biblioteca, onde também ocorrem as aulas.